A presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso, Betsey Polistchuck de Miranda, encaminhou um termo de representação ao Corregedor-Geral da Polícia Militar do Estado e ao Corregedor-Geral da Polícia Judiciária Civil, para requerer abertura de inquérito visando apurar atos abusivos praticados por policiais em face de adolescentes do Projovem de Várzea Grande. O documento foi protocolizado nesta segunda-feira (4 de julho).
O fato foi levado à representante da OAB/MT pela orientadora social dos alunos, narrando que no dia 30 de junho, no Projovem Adolescente, sediado na antiga sede do Correio, no bairro Jardim Imperial em Várzea Grande, eles voltavam de um jogo de futebol quando foram abordados pela guarnição da Polícia Militar. Os jovens estavam em cinco e foram abordados com violência, sendo que um cabo e um soldado chegaram apontando uma arma para eles, dando pequenos socos, e xingando-os de “vagabundos e malandros”, que foram testemunhados pela orientadora. Ela tentou intervir e foi afastada pelos policiais que disseram-lhe para “calar a boca e não se meter”.
A professora procurou a Central de Flagrantes da Polícia Civil onde tentou lavrar um boletim de ocorrência, porém, o delegado não o fez na hora e depois se recusou a fornecer uma cópia à representante do Projovem, negando-se também a encaminhar os meninos para exame de corpo de delito. A mãe de um dos adolescentes também requereu cópia do boletim de ocorrência e, conforme ela informou, o delegado se negou e ainda disse-lhe que se fosse o filho dele, agradeceria, pois “só assim aprenderia a respeitar”. A mãe contou que a partir desse fato, o adolescente passou a se recusar a ir à escola, temendo que outras situações semelhantes ocorram com ele.
Conforme a presidente da CDH da OAB/MT, Betsey Miranda, esse fato as Corregedorias das Polícias Civil e Militar devem investigar a atitude “no mínimo estranha” de delegado que se recusa a formalizar boletim de ocorrência e ainda assusta as vítimas. Para a advogada os atos do delegado e dos policiais que abordaram os adolescentes não são condizentes com a conduta imposta a eles.
LídiceLannes/Luis Tonucci
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