A presidente da comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso, Betsey Polistchuk de Miranda, saiu nesta quarta-feira (30 de março) do Centro de Ressocialização de Cuiabá, com 24 nomes de reeducandos em pequenos bilhetes de papel, buscando algum tipo de ajuda, seja transferência para outra cidade, seja por problemas de saúde ou pedidos de revisão em seus processos.
A visita no CRC, localizado no bairro Carumbé em Cuiabá, iniciou às 8h e terminou por volta de 13h, juntamente com outras autoridades como o juiz da Vara de Execuções Penais em Cuiabá, Gonçalo Antunes de Barros, o representante do Ministério Público e Defensoria Pública, além de diretores da unidade prisional.
Eles percorreram todas as alas para verificar o andamento dos trabalhos e, conforme a presidente da Comissão, a visita foi muito profíqua, já que há muito tempo ela não participa de ações nesse sentido. “Desde 88/89, quando houve uma grande rebelião, não tivemos mais autorização para entrar nas celas sozinha e conversar com os reeducandos. Nessa visita fizemos isso e pudemos ouvir o pedido de muitos”, afirmou Betsey Miranda, que saiu do CRC com o bolso repleto de bilhetes.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MT está analisando cada situação apresentada, porém, destacou que uma delas requer atenção especial. É a de um reeducando que faz uso de sonda e cuja família mora em Rondonópolis. Ele pediu para a advogada intermediar a transferência para aquela cidade a fim de ser melhor acompanhado pelos seus familiares, fato que será encaminhado à Vara de Execução Penal para despacho do magistrado.
Conforme Betsey Miranda, o Centro de Ressocialização possui hoje mais de 1400 presos e, além de trabalharem na unidade em várias atividades, muitos estão estudando. São 705 reeducandos que têm aulas nos ensinos fundamental, médio e até no nível superior.
A partir de agora, serão realizadas visitas mensais entre o juiz da Vara de Execuções Penais de Cuiabá com a participação da OAB/MT, Ministério Público e Defensoria Pública para que representantes das alas indiquem os nomes daqueles que têm direito à progressão de regime ou qualquer outra questão a ser reinvidicada à Justiça.
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